O Conselho Municipal de Saúde lançou, no início deste mês, uma carta aberta pedindo às autoridades públicas de Lagoa Seca a adoção de novas medidas emergenciais no enfrentamento à Covid-19. O documento enviado à Câmara de Vereadores, Secretaria de Saúde e ao prefeito Fábio Ramalho tem o título de “Em defesa da vida”.

A carta consta três pontos principais, que, de acordo com o Conselho Municipal de Saúde, são ações propostas aos destinatários diante das ocupações dos leitos de UTI e enfermaria, nas unidades de referência, com pacientes infectados pelo novo coronavírus.

No primeiro tópico, o órgão requisita a rigorosidade em limitar a circulação de pessoas em estabelecimentos e eventos de natureza pública ou privada, desde que, segundo cita o texto, as medidas não “violem os direitos humanos fundamentais ou direitos civis.” O objetivo é “zelar pela integridade física e mental dos cidadãos, contendo o aumento exponencial de casos de Covid-19 na região”.

Já no parágrafo seguinte, o Conselho sugere a adesão do município ao consórcio para a compra de vacinas contra a Covid, uma vez que a ação poderá incrementar a “velocidade da cobertura vacinal”.

Tocante à adesão de Lagoa Seca ao consórcio para o investimento em imunizastes, a prefeitura já sinalizou o interesse em comprar as vacinas. O governo preencheu um formulário disponibilizado no site da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), onde manifestou interesse em firmar, no qual o documento chamava de “Protocolo de Intenções”, a participação da cidade diante do consórcio público para a obtenção de medicamentos, equipamentos e outros insumos pertinentes à demanda local.

Por fim, providências de proteção econômica e financeira a pequenas empresas, microempreendedores individuais e trabalhadores da iniciativa autônoma devem ser buscadas durante o período de expansão e manutenção da pandemia, ressalta o Conselho Municipal de Saúde, no último tópico de destaque.

Dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Lagoa Seca no mais recente boletim epidemiológico da Covid-19 apontaram, nesta quarta-feira (10), a somatória até agora de 1.322 casos confirmados da doença – números desde o começo da pandemia. 25 pessoas já morreram e 1.200 pessoas já ficaram recuperadas do novo coronavírus.

Para o atual presidente da entidade, Henrique Almeida, a elaboração da carta aberta direcionada às autoridades públicas de Lagoa Seca é mais do que oportuna, já que são os políticos que administram o município.

A nossa finalidade maior nesta carta, enquanto Conselho da Saúde, foi pedir ajuda, pedir unidade entre as sociedade e os detentores do viés público neste momento difícil. Além disso, acreditamos que as lideranças públicas de Lagoa Seca vão acatar com bons olhos tais recomendações, pois são elas que afetam diretamente a vida de todos os usuários e dos trabalhadores do SUS”, comentou Henrique, atuando ainda como educador físico no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF) de Lagoa Seca.

O presidente alertou, ainda no escrito, sobre a importância da população em continuar cumprindo o isolamento social e evitando sair às ruas sempre que possível, como preconiza um dos requisitos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para barrar a pandemia.

Embora a situação da pandemia já pareça séria, outro cenário vem preocupando as autoridades médicas, como a proliferação de outras doenças transmissíveis citadas na carta: chikungunya, dengue, Zika vírus e Influenza (a gripe comum). Neste último aspecto, não foram dados detalhes ou sugeridas possíveis práticas de como lidar e sanar demandas do SUS quando pacientes apresentarem os sintomas ou o quadro leve de alguma dessas doenças.

Que todos possam comungar do mesmo objetivo, que é a defesa da vida e do SUS”, desejou Henrique.

Leia, na íntegra, a carta divulgada pelo Conselho Municipal de Saúde aos setores públicos de Lagoa Seca: